Líder do Governo Binho Marques na Assembléia Legislativa do Acre - moisesdiniz@terra.com.br

sexta-feira, 27 de julho de 2007

"Álcool Verde respeitará o meio ambiente"
Józimo Souza
O deputado estadual Moisés Diniz (PCdoB) rechaçou ontem a notícia de que o Grupo Farias, principal acionista do projeto Álcool Verde, localizado à margem da BR-317 no município de Capixaba, pretende plantar 30 mil hectares de cana-de-açúcar para a produção de etanol.

“Na verdade, o planejamento é para 15 mil hectares em seis anos, portanto, somente em 2013 essa meta será atingida”, observou o parlamentar, destacando que, quando atingir dez mil hectares, ou seja, 70% do previsto, os empresários terão de dobrar as instalações, construir uma segunda usina ao lado para produzir cana-de-açúcar, porque as atuais instalações não terão estruturas físicas para moer a produção dos 15 mil hectares.

Moisés enfatizou que “tem gente fazendo ilações precipitadas” e lembrou que algumas considerações precisam ser postas no debate. Uma delas é lembrar que o Acre tem hoje 1,5 milhão de hectare de pasto. Desse total, mais de 20% é área degradada. O projeto é plantar 15 mil hectares e isso representa que apenas 1% das pastagens do Acre será substituída.

“O que isso significa? Significa que o projeto da cana-de-açúcar não vai derrubar uma árvore sequer nem para fazer mosqueteiro. Nós vamos ocupar 1% da área de pasto. E, quando digo nós, é porque o governo do Estado é sócio desse empreendimento. A Assembléia Legislativa aprovou uma lei autorizando o governo do Estado a entrar no negócio”.

De acordo com o parlamentar, outro dado altamente importante é que a cana só vai ser plantada no entorno da usina. Não será nos municípios vizinhos a Capixaba, será próximo ao projeto. “No entorno da usina existem 84 mil hectares de pasto e nós vamos utilizar desse pasto que fica no entorno da usina apenas 20% do seu total”, observou o deputado. Moisés Diniz fez questão de lembrar que não haverá derrubada e citou que o Acre passou 35 anos só derrubando para criar bois e agora vai utilizar apenas 1% destinado a um grande investimento.

Colheita será mecanizada e trabalhadores serão bem pagos

Uma das principais garantias do projeto Álcool Verde é a de que não haverá queima do canavial, porque a colheita será mecanizada. “Não veremos cenas deprimentes dos cortadores de cana como vemos nos filmes e documentários produzidos no Nordeste”, observou o deputado, lembrando que, “quando nós optamos pela colheita mecanizada, fizemos a opção pela preservação ambiental e não pela geração de emprego precário. O emprego que teremos lá será o emprego dos operários da usina, dos plantadores de cana e dos produtores que alugarão suas terras no entorno do projeto. Esses produtores serão cerca de cem médios e grandes e cem produtores do projeto Alcoobrás. Além disso, quando a usina estiver em pleno funcionamento os empregos serão perto de 300 e outros 300 no plantio de cana”.

Outra garantia assegurada pelo Grupo Farias, segundo o deputado comunista, é a de que não haverá despejo de resíduos nos lagos, rios e igarapés da região, porque esses resíduos serão reutilizados como adubos da plantação.

Sobre essa discussão, o líder do governo afirmou que não dar para ter um debate ideológico como querem algumas pessoas. “Estamos falando de uma atividade produtiva que gerará emprego e não será emprego precário e não vai poluir o ambiente”. Moisés Diniz frisou que a insistência de alguns que estão se posicionando contra o projeto do Álcool Verde não faz sentido.
“Estão querendo dizer que está ocorrendo contradição entre os ideais de Chico Mendes. Pelo contrário, os ideais de Chico Mendes estão sendo respeitados e o governo do Estado não seria irresponsável de agir contrariamente.”

Quanto a substituição de uma monocultura por outra, o parlamentar afirmou que “estamos substituindo apenas um pedaço miúdo, 1%, se chegasse a ter duas usinas, seriam 2%. Para se ter uma dimensão mais clara, basta ver que o setor pecuário hoje no mundo todo responde por 9% de todo CO2. Só que dentro dessa atividade tem um negócio chamado esterco que produz o dióxido nitroso que é 296 vezes mais danoso ao aquecimento global que o próprio CO2.”

Com relação à entrada do Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) no debate, o deputado asseverou que o Grupo Farias apresentou um plano de controle ambiental e o Imac pediu estudos complementares. Somente a partir da análise desse estudo é que será decidido se haverá uma audiência pública ou não, “ e o essencial é que há uma decisão dos órgãos ambientais do governo que todo empreendimento seja processado dentro da legislação ambiental”.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

BLOG COM FOME x RECESSO

Blog

O líder do governo na Assembléia Legislativa, Moisés Diniz (PC do B), lançou no começo do mês um blog com a proposta de tornar o endereço na internet um espaço democrático sobre os grandes temas do Acre. Com o nome de liderança coletiva, o blog até começou bem, mas desde o dia 10 não é atualizado. Quem quiser acessar é só ir ao endereço http://moisesdiniz.blogspot.com.

Nota do autor do blog:
O blog não está sendo alimentado por falta de tempo. Estou de recesso, visitando os municípios. Não quero ficar escrevendo qualquer trivialidade para ocupar espaço. Mas, você pode enviar bons temas, que eu publico.

Um abraço,

Moisés Diniz

terça-feira, 10 de julho de 2007

HUMANISMO E ECONOMIA NOS PRESÍDIOS


Os deputados aprovaram, nesta terça, quatro projetos de lei que fazem parte da Reforma Administrativa do Governo do Estado. As matérias alteram as estruturas básicas de alguns órgãos do Poder Executivo, como Deracre, Imac e Fundação Elias Mansour, além de criar o Instituto de Administração Penitenciária – IAPEN.

Bastante discutidos, os projetos causaram polêmica quando os deputados de Oposição ao Governo votaram contra a aprovação de três deles. De acordo com o deputado Luiz Calixto (PDT), o posicionamento dos parlamentares é justificado por que os projetos não definem a quantidade de cargos comissionados que cada órgão poderá contratar. “O Governo prometeu reduzir a máquina administrativa, mas trouxe mais cargos comissionados”.

Para o líder do Governo na Casa, deputado Moisés Diniz (PC do B), a argumentação feita pela Oposição causa estranheza. “Eles cometeram um equívoco sem tamanho, votaram a favor onde a quantidade de cargos foi aumentada e contra onde eles foram diminuídos”, disse se referindo ao voto favorável que os oposicionistas deram à proposta de criação do Iapen. A proposta do Executivo prevê a redução de até 5% dos cargos comissionados, por meio da fusão e extinção de Secretarias.

IAPEN – A maior mudança apresentada nos quatro projetos, é a transformação do atual Departamento de Administração Penitenciária – DAP em Instituto. A nova estrutura terá como umas das missões principais, não apenas guardar os presidiários, mas recuperá-los ao convívio da sociedade. De acordo com Diniz, o investimento que está sendo feito no sistema prisional irá gerar a longo prazo, uma economia maior para os cofres públicos, além de trabalhar a inclusão social.

Ele apresentou dados mostrando que todos os anos, cerca de 10 mil pessoas passam pelos presídios no Estado do Acre, o que gera um custo de manutenção. Além disso, o deputado calcula que em um período de 10 anos, esses índices acabam por levar aproximadamente 20% da população acreana para dentro dos presídios. “Até mesmo aqueles que acreditam que lugar de bandido é na cadeia, hão de convir que a recuperação vai reduzir os gastos, deixando mais dinheiro para ser investido em educação e saúde”.

Outro ponto ressaltado pelo deputado, é o momento que o Acre vive hoje. “Anteriormente havia uma visão centrada na realidade de um estado de banditismo, em que o crime organizado estava presente em estruturas do Poder, como por exemplo o caso do ex-deputado Hildebrando Pascoal. Então, interessava apenas prender os infratores. Entramos agora em uma segunda fase, com um Estado equilibrado, com instituições que não têm relação de submissão ou chantagem, apenas de respeito mútuo. Nessa conjuntura há uma visão que contempla a recuperação das pessoas”.

Texto: Yuri Marcel

domingo, 8 de julho de 2007

Boff diz que esquerda acreana soube aplicar
na política os ideais da Teologia da Libertação

Ricardo - O PT tem fortes raízes cristãs e católicas. Durante esse tempo todo, no qual o senhor militou junto com outras figuras do PT, não já dava para perceber indícios do que viria? Será que foi uma surpresa tão grande esses escândalos, essa ineficácia ao gerir a coisa pública?

Boff - Olha, eu acho que todos nós ficamos decepcionados, porque esperávamos que poderia acontecer tudo no PT, menos corrupção. Esses que se corromperam nos traíram, traíram o povo, e merecem o nosso desprezo político. Não o nosso desprezo ético porque somos cristãos, mas são pessoas desprezíveis politicamente que até hoje não foram punidas ainda. E eu espero que o congresso, que daqui a pouco o PT vai fazer, retome essa questão ética porque se não retomar ele cai na vala comum dos partidos que não dão valor à transparência. Nós não prevíamos isso, acho que os cristão deram uma contribuição importante. Se a gente toma como figura de referência a ministra Marina Silva que foi quase uma cria nossa - do meu irmão e minha - que a tiramos do convento, alfabetizamos, a iniciamos na Teologia da Libertação. O ex-governador Jorge Viana, o senador Tião Viana e outros tantos lá do Acre, eles estão levando pela via da política a Teologia da Libertação.

Ao comentar a crise ética que atingiu o Partido dos Trabalhadores, o teólogo Leonardo Boff destaca que a esquerda acreana (citando Marina e os irmãos Viana, dentre outros), soube equacionar os ideais da Teologia da Libertação com a luta política.

A Teologia da Libertação utiliza a ferramenta marxista para desnudar a exploração de classes e preconiza que o cristão deve lutar, desde já, pela superação das desigualdades sociais. Por suas idéias, Leonardo Boff foi duramente punido pelo cardeal Ratzinger, atual Papa Bento XVI.

O que mais chama a atenção é a ausência dos grandes líderes petistas do sul e do sudeste, onde a Teologia da Libertação, com as suas CEBs e Pastorais sociais, formou centenas de lideranças, alçando-as ao poder.

A citação dos líderes da esquerda acreana pelo renomado teólogo é um alento à nossa luta por justiça social, sustentabilidade ambiental e correção de rumos do nosso projeto político.
Um fato que Leonardo Boff não conhece é que os deputados do PCdoB do Acre (Edvaldo, Perpétua e Moisés) são oriundos da Igreja e beberam da fonte da Teologia da Libertação. Uma fonte que não se esgota e se torna mais nobre quando se encontra com a terra fértil do Marxismo.

Leia entrevista completa no jornal O Povo